Os 7 erros mais comuns que os pais cometem na educação dos filhos e como evitá-los
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Ser pai ou mãe é uma das tarefas mais desafiantes da vida. É normal cometer pequenos erros na pressa do dia-a-dia que podem afectar a educação dos nossos filhos.
No entanto, certos equívocos podem ter consequências bastante negativas no desenvolvimento físico, emocional e psicológico das crianças.
Como evitar erros que possam comprometer o futuro dos nossos filhos? Quais são os principais deslizes de que devemos tomar cuidado ao educar as crianças? Existem formas de reverter danos já causados?
Neste artigo, vamos abordar os 7 erros mais comuns dos pais na educação dos filhos e dar dicas práticas de como evitá-los ou amenizar os seus efeitos negativos.
Quais são os erros mais frequentes dos pais na educação dos filhos?
- Não impor limites
- Ser incongruente com as regras
- Não dar atenção suficiente
- Comparar com outras crianças
- Super proteger e resolver todos os problemas
- Criticar em excesso
- Não reconhecer os esforços
Vejamos cada um desses erros com mais detalhes e exemplos do dia-a-dia:
Não impor limites
Muitos pais têm dificuldade em impor limites aos filhos por pena, comodismo ou para evitar birras e conflitos. Porém, limites claros e consistentes são extremamente importantes para que a criança se sinta segura e aprenda a comportar-se adequadamente.
Crianças sem limites tendem a ser mais imaturas, egoístas, desobedientes e com dificuldade em respeitar regras e autoridade. Isso prejudica não só a convivência familiar mas também as relações sociais da criança.
Como evitar:
- Estabeleça regras simples, coerentes e apropriadas para a idade da criança
- Seja firme e consistente ao aplicar consequências quando as regras forem desrespeitadas (perda de privilégios, tempo de reflexão, etc)
- Explique o motivo das regras de maneira clara e amigável. Negocie se necessário, mas não ceda.
Por exemplo: em vez de proibir o uso de telemóveis e tablets à mesa, estabeleça um horário diário permitido para esses aparelhos e seja firme. Assim a criança aprende a regular o próprio consumo.
Ser incongruente com as regras
Alguns pais ora são muito rígidos, ora muito permissivos com as mesmas situações. Essa incongruência e imprevisibilidade deixam as crianças confusas, pois não sabem ao certo o que é permitido ou proibido a cada momento.
Isso dificulta o desenvolvimento do autocontrolo e senso de responsabilidade. A criança não consegue regular adequadamente o seu comportamento sem saber quais são os limites consistentes.
Como evitar:
- Defina as regras e consequências em conjunto com o cônjuge para serem uniformes entre ambos
- Seja consistente ao aplicar as mesmas punições quando determinadas regras forem quebradas
- Se precisar modificar alguma regra com o tempo, explique calmamente o motivo para a criança
Por exemplo: se a regra é não usar telemóvel à noite, mantenha a regra em vigor independentemente do seu cansaço como progenitor naquele dia. Senão a criança aprenderá a insistir e negociar quando estiver mais fragilizado.
Não dar atenção suficiente
Pais muito ocupados ou stressados podem acabar negligenciando as necessidades das crianças por atenção, carinho e tempo de qualidade.
Crianças carentes de atenção chamam frequentemente a atenção de formas negativas, como mentindo, fazendo “asneiras” ou tendo mau desempenho na escola. Assim sentem-se sozinhas e muitas vezes desenvolvem uma baixa autoestima.
Como evitar:
- Dedique um tempo exclusivo, sem distrações, focado 100% no seu filho todos os dias, mesmo que por poucos minutos
- Demonstre interesse genuíno pelo dia da criança na escola, amigos, preferências, etc. Converse!
- Faça atividades em família nos fins de semana, como idas ao parque, jogos em casa, passeios a pé, entre outros
Lembre-se: pequenos gestos diários de atenção evitam grandes problemas no futuro.
Comparar com outras crianças
Fazer comparações negativas frequentes com irmãos, primos ou colegas gera enormes sentimentos de inferioridade, rejeição e baixa autoestima na criança.
Isso pode causar problemas emocionais e comportamentais graves, como depressão, ansiedade, agressividade ou até casos extremos de ‘bullying’ escolar.
Como evitar:
- Foque-se em elogiar e cultivar os pontos fortes individuais do seu filho
- Estimule-o e apoie-o a melhorar nos pontos fracos dele, não o compare
- Tenha expectativas realistas quanto à idade e estágio de desenvolvimento
- Explique que cada pessoa tem qualidades e defeitos únicos. Irmãos não são iguais.
Em vez de dizer “por que não tiras notas altas como o teu irmão?”, diz “és muito talentoso nas artes, continua a empenhar-te que vais melhorar também a matemática”.
Super proteger e resolver todos os problemas
Pais super protetores que resolvem todos os problemas e conflitos dos filhos acabam criando crianças muito dependentes, sem iniciativa, inseguras e com dificuldade para lidar com frustrações.
A superprotecção impede o desenvolvimento da resiliência e capacidade de se desenvencilhar sozinho. A criança não aprende a lidar com desafios e torna-se adulta insegura e infantilizada.
Como evitar:
- Deixe a criança tentar resolver problemas simples sozinha antes de interferir
- Dê responsabilidades de acordo com a idade, como arrumar brinquedos ou fazer tarefas básicas
- Ensine desde cedo a lidar com frustrações e conflitos através do diálogo
- Esteja disponível para aconselhar, mas não resolver os problemas no lugar dela
Crianças super protegidas tornam-se adultos que exigem vítimas quando a vida não corresponde às expectativas. Equilibre proteção com estímulo à independência.
Criticar em excesso
Pais que criticam demais a aparência, capacidade ou comportamento dos filhos acabam criando crianças extremamente inseguras, com medo de errar ou tentar novas experiências.
Crianças criticadas com frequência tendem a ter autoestima muito baixa e grandes hipóteses de desenvolver ansiedade ou depressão. Elas tornam-se perfecionistas e não conseguem lidar com falhas.
Como evitar:
- Seja cuidadoso com as palavras para não magoar a autoestima do seu filho
- Foque nos aspetos positivos e nos progressos da criança, por menores que sejam
- Faça críticas construtivas sobre o comportamento, não características da pessoa
- Tenha disciplina positiva: explique porque o comportamento está errado sem atacar o carácter
Em vez de dizer “que desenho horrível!”, diz “que fixe que estás a praticar desenho! Com mais treino o teu traço vai a melhorar”.
Não reconhecer os esforços
Crianças que não recebem reconhecimento tendem a desanimar, achar que não são capazes e parar de tentar. Isso prejudica não só a auto-estima, mas também o próprio desenvolvimento de habilidades.
Como evitar:
- Valorize e elogie sinceramente cada pequeno progresso e esforço
- Recompense com privilégios extras quando atingir metas ou tiver bom comportamento
- Enfatize o orgulho pelo empenho, não apenas o resultado final
Lembre-se: elogios e recompensas por esforço, mais que por conquistas, motivam a criança a progredir.
Em resumo…
Educar uma criança é um grande desafio cheio de oportunidades de errar. O importante é reconhecer os nossos equívocos e procurar melhorar a cada dia.
Se notar que comete alguns desses erros comuns, não se culpe! O primeiro passo é tomar consciência. Depois, foque-se em fazer pequenas mudanças progressivas na sua abordagem.
Lembre-se também de cuidar de si, ter paciência e pedir ajuda se precisar. Crianças aprendem mais com o nosso exemplo do que com as nossas palavras.
Para reverter danos, o ideal é procurar ajuda profissional. Psicólogos e terapeutas infantis poderão avaliar cada caso e indicar intervenções personalizadas.
Quanto mais cedo procurar ajuda, melhores as hipóteses de reverter quadros já instalados de baixa autoestima, ansiedade, depressão, entre outros.
O importante é não desanimar perante os desafios da parentalidade. Erros fazem parte do processo, desde que sirvam para melhorarmos no dia seguinte. Dedicarmo-nos ao máximo no presente é o melhor que se pode fazer pelo futuro dos filhos.
E não se esqueça: ser pai e mãe também traz muitas alegrias! Foque-se nelas.